Projeto é a chance de jovens aprenderem música


"Nunca tinha tido a oportunidade de aprender algum instrumento", conta Joel 

Joel Batista de Souza tem apenas 15 anos, mas fala como gente grande, apesar da imagem de menino tímido. Acorda às 6h para se arrumar e ir à escola Dr. Nelson Alves de Godoy, no distrito de Três Pontes, onde reside com os pais e demais familiares. Ele frequenta o 1º ano do Ensino Médio e já pensa longe: "Quero fazer medicina depois de terminar a escola". Duas vezes na semana os estudos da escola e as brincadeiras na rua de casa com os amigos dividem tempo com sua nova paixão: as aulas de música na Associação Guarda Mirim de Amparo, através do Ponto de Cultura "O ser humano, esse Gigante". "Antes só gostava de sertanejo universitário e funk. Hoje, quando está passando uma orquestra tocando na televisão, paro para assistir", confessa alegre.

A história de Joel não é diferente de muitas outras dentro do projeto. Jovens de 12 a 17 anos que nunca tiveram a oportunidade de aprender um instrumento musical se reúnem todas as semanas na sede da Guarda Mirim para as aulas gratuitas de instrumentos de cordas, violino, viola e violoncelo, e de sopro, flauta, clarinete, saxofone e trompete. Atualmente o projeto atende 37 alunos na orquestra e 64 no coral. “Nosso objetivo é de oferecer formação educacional e cultural através da música, desenvolvendo cidadãos e suas competências musicais”, explica a coordenadora do projeto, a psicóloga, Nilda Maria Bonfá.

O professor Luis Fernando Corradini, o Fefê, nas aulas de instrumentos de sopro

O atendimento feito pela entidade vai além das aulas de música. Com o trabalho também voltado para a questão social, existe a preocupação e o cuidado com os alunos em conhecer a realidade social e familiar que vivenciam, buscando maneiras de ajudar a sanar suas necessidades. É realizado, inclusive, acompanhamento escolar. "Os alunos têm toda a estrutura necessária para o aprendizado, contando com instrumentos, acessórios e espaço adequados, além de transporte gratuito e lanche", explica o professor Luis Fernando Corradini, que divide as aulas com o professor Rinaldo Zamai.

Apesar do projeto ser um Ponto de Cultura há apenas quase dois anos - que serão completados em abril do próximo ano - a orquestra da Guarda Mirim tem alguns anos de história, com início em 2004, sempre com a característica de ser um projeto voltado para a formação educacional e cultural do adolescente.

Alunos do projeto com o professor Rinaldo José Marchesi Zamai

Ser contemplado como Ponto de Cultura foi uma conquista importante para o projeto. O convênio de três anos com o governo federal prevê verbas do poder público para potencializar as atividades do projeto, seja em equipamento, infraestrutura ou contratação de professores. Com isso, o projeto integra a Rede de Pontos de Cultura, que em Amparo ainda conta com outros quatro projetos: “Brasil Encena”, da Cia. de Teatro Arteatrando, “Integração com Dança”, desenvolvido pelo Centro de Dança Adriana Spinelli, “Ponto de Cultura Itinerante”, da Associação das Damas de Caridade, e “Centro de Pesquisa de Teatro de Bonecos”, da Associação Inventor de Sonhos. Esta rede funciona como uma forma de ajuda mútua na qual todos os Pontos estão interligados e levam a máxima do matemático Arquimedes: "Dê-me um Ponto de apoio e moverei o mundo". Para o Ponto de Cultura "O ser humano, esse Gigante" mover o mundo é pretensão demais, mas o ajuda a ser um lugar bem melhor e justo fazendo da música escola de cidadania.

As inscrições para a orquestra podem ser feitas nos dias de aula (terças, quintas ou sextas), das 14h às 17h. O adolescente deve comparecer acompanhado de pai, mãe ou responsável, trazendo os documentos: RG ou Certidão de Nascimento, comprovante de residência, comprovantes de rendimentos dos membros da família e declaração escolar. Informações pelo telefone (19) 3807.5908

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